Violência entre torcidas de futebol no Recife ganha mais um capítulo; relembre outros episódios
Caso mais recente aconteceu neste sábado (1º), antes do duelo entre Santa Cruz x Sport pelo Campeonato Pernambucano
As torcidas organizadas do Santa Cruz e Sport protagonizaram mais um episódio de violência no Recife, no final da manhã e durante a tarde deste sábado (1º).
As cenas lamentáveis resultaram em pelo menos 12 feridos, que foram enviados ao Hospital da Restauração, no bairro do Derby, na área central da Capital pernambucana.
A insegurança em dia de jogo, entretanto, não é de agora. Há anos que o Recife e a Região Metropolitana vêm presenciando episódios recorrentes de violência envolvendo torcidas organizadas dos times locais: Sport, Náutico e Santa Cruz.
Relembre alguns casos de violência nos últimos anos
Ataque ao ônibus do Fortaleza
Após o empate em 1x1 entre Fortaleza e Sport, na Arena de Pernambuco, no dia 22 de fevereiro de 2024, em jogo válido pela Copa do Nordeste, o ônibus do Tricolor Cearense foi alvo de ataque da torcida organizada do Rubro-negro. O episódio deixou seis jogadores do Fortaleza feridos.
Onze pessoas foram indiciadas pela Polícia Civil de Pernambuco (PE), em maio do ano ado. Sete suspeitos foram presos de forma temporária, mas foram soltos e responderam em liberdade.
A Polícia Civil chegou a solicitar a prisão preventiva dos suspeitos, mas o pedido foi negado pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco. A liberdade foi concedida a partir do cumprimento de medidas cautelares. Os réus estão proibidos de acompanhar os jogos do Sport dentro ou fora de casa e também não podem frequentar a sede da torcida uniformizada.
Brigas em clássicos
Ainda em 2024, desta vez pelo Campeonato Pernambucano, as torcidas organizadas de Sport e Santa Cruz protagonizaram cenas de violência nas vezes em que os clubes se enfrentaram.
Em janeiro, houve confronto na PE-15, em Olinda, Região Metropolitana do Recife (RMR). A briga generalizada se deu horas antes do clássico das multidões, que acontecia na Arena de Pernambuco, em São Lourenço da Mata, também na RMR.
Na ocasião, a Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) fez vários disparos com bombas de efeito moral, na tentativa de dispersar a confusão. O registro da briga foi feito por populares que compartilharam o conflito nas redes sociais.
Leia também
• FPF decreta torcida única nos clássicos do Pernambucano: "Só controla assim", diz presidente
• Brigas de torcidas: Raquel Lyra diz que está "tomando as devidas providências para punir vândalos"
• "Cenas criminosas no confronto entre vândalos", diz João Campos sobre brigas
Mais tarde, em março, pela semifinal do Estadual, torcedores do Sport e do Santa Cruz também se enfrentaram. O episódio, desta vez, aconteceu em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, e também teve tiroteios.
A polícia informou que o grupo, formado por nove homens adultos e dois adolescentes, foi levado para a Delegacia de Plantão da Criança e Adolescente (DPCA), para prestarem maiores esclarecimentos. O caso registrou uma vítima, que foi levada para uma unidade hospitalar.
Torcedores do Náutico também protagonizaram cenas de violência em 2024. Pela primeira partida da final do Pernambucano, no dia 31 de março, o duelo entre alvirrubros e rubro-negros precisou ser paralisado por uma confusão generalizada entre a torcida e os policiais.
De acordo com a Polícia Militar de Pernambuco (PMPE), a confusão, que aconteceu nas arquibancadas dos Aflitos, teve início após a torcida do Náutico confundir um jogador do Iguatu-CE como torcedor do Sport. O atleta estava acompanhado de três amigos alvirrubros no setor hexa e ou a ser hostilizado.
A Polícia Militar também informou que, na confusão, três homens foram presos e conduzidos para a Delegacia de Polícia de Repressão à Intolerância Esportiva (Deprie), para registro da ocorrência e apresentação ao Juizado do Torcedor.
10 anos do torcedor morto por vaso sanitário, no Arruda
O dia 2 de maio de 2024 marcou 10 anos da morte de Paulo Ricardo Gomes da Silva, de 26 anos. Ele faleceu ao ser atingido por um vaso sanitário, atirado por três homens, na arquibancada superior do Arruda, após partida entre Santa Cruz e Paraná, pela Série B.
Os três responsáveis pelo crime foram capturados dias depois. O primeiro foi Everton Filipe Santiago, de 23 anos, encontrado em uma escola no bairro de Ouro Preto, em Olinda. Luiz Cabral de Araújo Neto, 30, estava no interior do Rio Grande do Norte, enquanto Waldir Pessoa, 34, se entregou.
Após dois pedidos de apelação no Ministério Público, os três homens foram condenados, sendo todos em regime fechado.
Outros casos
Em 2007, Veronaldo Silvino da Silva ficou tetraplégico após ser atingido por uma pedra quando estava na fila da bilheteria para um jogo do Santa Cruz, no Arruda. O culpado nunca foi identificado.
Em 2013, Lucas Lyra foi baleado em frente aos Aflitos por José Carlos Feitosa Barreto, segurança da empresa Pedrosa. Ele ou três anos internado, recebendo alta apenas em 2016, e hoje vive sob cuidados médicos em casa.